1 de agosto de 2018

[Conhecendo o autor] Jennifer Niven

Jennifer Niven nasceu em 14/05/1968, na Carolina do Norte, EUA. É autora de Por Lugares Incríveis, (clique aqui para ler a resenha) best-seller do New York Times traduzido para mais de 35 línguas. Também escreveu quatro romances para adultos, três livros de não ficção e o roteiro de Por Lugares Incríveis para o cinema. Cresceu em Indiana e atualmente mora em Los Angeles. Seu primeiro livro, The Ice Master, foi lançado em 2000 e foi apontado como um dos 10 melhores livros de não ficção do ano pela publicação Entertainment Weekly. Quando não está escrevendo, Jennifer  estuda dança do ventre, Ioga e guitarra elétrica.

Entrevista com a autora, retirada do blog Além do Livro:


– Quando escreveu Por Lugares Incríveis, você imaginou que o livro se tornaria esse sucesso?
Eu não tinha ideia. Eu escrevi a história porque precisava escrevê-la. Anos atrás, eu amei um garoto como Finch e esse foi o meu jeito de escrever sobre a experiência. Desde que Por Lugares Incríveis foi lançado, tenho ouvido de milhares e milhares de leitores ao redor do mundo que eles se enxergaram na história. Eu pensei que estava escrevendo para mim – para me ajudar a me sentir menos sozinha -, mas, na verdade, eu estava escrevendo para eles, para lembrá-los que não estão sozinhos.

– Você sempre amou escrever e criar histórias. De alguma forma, você sempre soube que iria viver disso?
Quando eu era criança, sabia que escrever era o que eu mais gostava de fazer. Minha mãe (Pamela Niven) também também era escritora e tínhamos nossa “hora de escrever” – ela sentava em sua mesa, eu na minha e, juntas, escrevíamos nossas histórias individuais. Eu acho que parte de mim sempre soube que eu iria crescer e me tornar escritora. Mas, por um longo tempo, eu realmente quis ser uma rock star.

– Por Lugares Incríveis é um livro maravilhoso, que tocou muitas pessoas ao redor do mundo. Como é para você dividir uma história tão forte e pessoal?
Foi assustador no começo. Minha relação com o garoto que eu amava foi mágica de muitas maneiras, mas também muito dolorosa. Quando eu estava escrevendo foi difícil evocar novamente essa dor, mas também necessário. O que foi mais difícil no início foi falar sobre o livro com os leitores que queriam saber sobre minha experiência da vida real, que tinham questões sobre Finch e as escolhas que ele fez. Nas primeiras turnês com o livro, fiquei muito emocionada em falar sobre o livro. Agora, fico muito emocionada ao encontrar os adolescentes que dizem que o livro salvou a vida deles. Não tenho palavras para descrever como me sinto honrada por ter ajudado de alguma forma.

– Escrever Por Lugares Incríveis ajudou você a entender/aceitar o que aconteceu com o Finch da vida real? (Pergunta da Karina, do Cotidiano Aleatório)
Com certeza. Escrever o livro e falar sobre ele com os leitores é realmente catártico, especialmente porque o livro salvou vidas. Não posso descrever como isso tudo teria significado para o Finch da vida real. Ele tinha o maior coração de todos que já conheci.

– Como leitora, você deve conhecer o sentimento de amar o livro e odiar a adaptação. O que podemos esperar da versão cinematográfica de Por Lugares Incríveis? Quão difícil é adaptar o seu próprio livro para o cinema?
É realmente muito difícil, muito assustador e muito empolgante! O mais importante para mim é honrar os leitores que abraçaram a causa de Por Lugares Incríveis e ter a certeza de que a essência da história está intacta. Também é essencial para mim incluir as cenas que eles mais amam e as falas que eles mais amam. Eu prometo que estou tomando o maior cuidado possível ao adaptar a história e tenho sorte por estar cercada por um time de cinema – diretor, produtores, a estrela Elle Fanning – que está fazendo o mesmo!

– Você já escreveu romances adultos e livros de não ficção. Quais as principais diferenças entre escrever para jovens adultos e adultos, ficção e não ficção?
Para mim, é tudo sobre a história em particular que você está tentando contar. Com todas as histórias – independente de gênero -, o mais vital para mim é contá-las honesta e responsavelmente. Sinto que fui confiada uma história, com cada personagem, e eu sempre, sempre quero fazer o meu melhor por eles e por meus leitores.

– Quais são as maiores semelhanças e diferenças entre  Por Lugares Incríveis e Holding up the universe?
As maiores semelhanças: os dois são narrados sob dois pontos de vista, com um protagonista masculino e outra feminina. Ambos são romances e lidam com personagens que estão lidando com problemas e tentando escondê-los do mundo. Os dois são histórias pessoais que foram inspiradas pela vida real e os dois fazem os leitores chorarem.

As maiores diferenças: sem dar spoilers,um deles irá fazer você chorar mais do que outro.

– Li que A Sangue Frio é seu livro favorito. Como a obra-prima de Truman Capote influenciou você?
Junto com Shirley Jackson (minha autora favorita, depois da minha mãe), Truman Capote me ensinou muito sobre escrever sobre assuntos pesados, mas de maneira leve, e como as duas coisas podem co-existir. Jackson e Capote também me ensinaram como escrever uma história forte, mas sem me estender demais. Eles fazem com que cada palavra faça a diferença, e é algo que eu tento fazer também.

– Você tem diferentes influências na literatura. Como você acha que elas se conectam ao seu estilo de escrita e a forma como você cria os personagens?
Todos os autores e livros que me atraem, independentemente de quão diferente são entre eles, compartilham do elemento da honestidade. Da verdade. Eles escrevem com o coração. Eles escrevem de forma direta e sucinta. E ainda assim, poderosa. Eles foram e são grandes observadores da vida real e das pessoas . Eles são capazes de transformar os menores e mais mundanos detalhes em algo vívido e importante. Eles não têm medo de falar sobre assuntos difíceis e personagens que têm problemas. E essas são coisas que dou o melhor para fazer.

– Ao longo dos anos, questões importantes, como suicídio, depressão, bullying e doenças mentais em geral, têm sido discutidas com os adolescentes por meio dos livros Young Adult. Para você, qual o poder da literatura YA quando o assunto é democratizar essas questões?
A literatura YA é imensamente poderosa e imensamente importante. Uma das razões pelas quais sempre gostei de YA como leitora é que há muitas histórias fortes, criativas e honestas sendo escritas. Muitas histórias necessárias. Mais e mais escritores estão falando sobre assuntos difíceis, sobre os quais os adolescentes precisam ler sobre, para que entendam que não estão sozinhos. Para mim,essa é a mais poderosa e a mais importante mensagem: você não está sozinho. Você é importante. Você é querido. Você é amado. A ajuda está por aí. Eu me sinto muito grata e honrada por escrever YA nesse momento em especial. Por ser capaz de espalhar essa mensagem aos adolescentes que precisam ouvi-la é mais significante do que eu posso expressar.

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